domingo, 30 de agosto de 2009

São apenas oitenta

São apenas oitenta motivos...
São apenas oitenta anos...
São apenas oitenta mensagens de vida...
São apenas o triplo de oitenta bons conselhos...
São apenas oitenta motivos de risos...
São apenas oitenta...

Vó PARABÉNS!

São apenas oitenta!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Presente do dia dos pais!

Estava ele, parado numa esquina movimentada, os carros iam e vinham num fluxo desordenado, como se todos corressem em direções diferentes no encontro de uma coisa só. Pedestres só eram controlados, pelas cores incansáveis dos semáforos.
Com o olhar atônito, e a boca entreaberta, ele tentava tomar o caminho correto, como se ele de repente fugisse da sua mente.
O corpo, ainda pequeno, a pele lívida de um suor que teimava em cair, e a respiração em saltos, agarra a mão do primeiro que aparece e pede para que o ajude a atravessar a rua.
Ao chegar ao outro lado, entra em transe, olha em todas as direções, rodopia num pé só, mas não ousa sair do lugar.
Até que ao longe, como uma pipa que alcança um vôo proeminente, ele deslumbra para a sua alegria o pé de jabuticaba, que há anos encobre a faceta da casa, alça vôo, ou melhor, corre na sua direção, abaixa a cabeça, curva o tronco, colocava as mãos para trás, ops!, mais com cuidado, o embrulho pode amassar.
Seu rosto transfigura a alegria pueril!
Chega enfim ao portão da casa, era como se fosse à redenção, como se fosse um passarinho em seu primeiro balburdio fora da gaiola.
Entra. Fecha o portão. Respira. Respira. Respira. Houve os sons familiares. Houve novamente e percebe que eles estão mais altos do que de costume.
Sente um sorriso desabrochar em seu rosto.
Entra e leva uma enxurrada de perguntas. Dedos inquisidores apontam em sua direção. Olhares de censura o cobria. Chinelos e cintas brandiam para o seu lado.
Entremeia-se entre eles e alcança o seu objetivo final.
-Para você PAPAI! Entrega o embrulho já amassado pela correria, para o pai, que depois de um derrame, jaz no sofá da sala, apenas movendo um lado do corpo. Ele com um sorriso de canto na boca, e lagrimas incandescente jorrando de seus olhos, o abraça, num abraço desajeitado.
O menino levanta o rosto, para encarar a onda de censuras que estavam por vir. Mas sente um silencio sacro pela casa.
Todos agora suspiram, com os olhares marejados de água, olhando o feliz DIA dos PAIS, dos quais ainda não tinham se dado conta.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

GRIPE

Passava os dedos roliços, sim, roliços, pois era de estatura baixa, crescendo achatada para os lados e os braços sobre erguidos ao longo do corpo, procurando o álcool anunciado no jornal, _ Aquele de 70%!_ proferia em monossílabos.
Apercebeu-se então de que não poderia por a mão na boca, numa tentativa de ajudar o pensamento, a fechou rapidamente em punho para forçá-la a não ir sozinha, _Ao olho nem na boca, antes de passar o álcool, mas cadê o álcool com gel?_ perguntava-se rapidamente.
Ela procurava e procurava, e arrastava o seu carrinho ruidoso, com as compras. Era no inicio do mês, certeza de que ali jazia a metade da sua aposentadoria, a metade ainda não, faltava o álcool!
A velhinha me olhou de soslaio, _ É que eu estou com medo! Superei a gripe espanhola! Essa, eu já não agüento...
Bem se via que aquela, da qual o tempo já a demarcara incansavelmente, era remanescente do século anterior.
Ela então pergunta ao receptor do mercado, e ele já de mau agouro, pois já devia ter respondido quantas vezes quanto à velhinha tinha de idade, disse que o álcool com gel se acabará.
Ela então deixou cair os ombros pesadamente enquanto exalava um grande suspiro.
Numa tentativa desesperada, apegou-se a um pano amarelo, desses que donas de casas cuidadosas utilizam diariamente para espantar o pó, olhou para os lados e disse:_Com esse lenço, gripe nenhuma passa! Sufocando-o ao nariz, terminou: _Eu sou é muito esperta! Enquanto isso o moço que a atendeu minutos antes espirrou!

sábado, 1 de agosto de 2009

Família

Nessa tentativa de definição, me falta a inspiração...
É uma definição em abstrato, subjetiva e talvez pejorativa...
Inveja-me os poemas, que tão bem versejam...
Em conjecturas chego à conclusão: não existem nelas erros ou acertos!
No rubor da juventude não me titubeava na minha jactância: porque agem assim?
Hoje através dos mais hábeis lábios, a vemos proferida: família! Ou usada como alcunha para os que sentem asco (talvez aí, esteja o mal).
Talvez fosse o alicerce da vida moderna? Voltaremos no tempo e entre sacudidelas a trazemos de volta?
Iriam assustar muitos, seria a pauta de debates intensos, mídias a proclamarão aos quatro ventos, voltaria o respeito perfeito, os valores perdidos...
O obsoleto voltaria ao útil!
Quiçá eu, pobre sonhadora, “montar” uma para cada qual...

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