domingo, 17 de abril de 2011

Meus Avós


Quando eu era pequena...



Eles gastavam horas me ensinando a comer na mesa e não sujar a toalha...
Ensinando-me a vestir, amarrar os cadarços, fechar os olhos e ouvir boas histórias...
Limpando-me ou lavando as minhas vestes quando me sujava lavar o rosto, pentear os cabelos, usar adequadamente o pano de prato com motivos de flores pintados...
Ensinando-me os valores, em volta do fogão, ouvindo o fogo, o crepitar da lenha, o chiado dos gatos, o mugido do gado, a polenta estalando na chapa, a nata gorda sobre o pão, os tecidos sobre a mesa, pronto a serem transformados... Ensinando-me os valores humanos...

Por isso...

Agora que estão velhinhos... Não me importa...
Ver as vestes sujas ou desabotoadas...
Um calçado de cada par...
Esperar a resposta que às vezes demorar a vir...
Ouvir repetidamente as mesmas histórias...
Rir com eles das coisas mais bobas e insignificantes...
Ouvir, o que para muitos é um absurdo, mas entender as palavras como se fossem proferidas por gênios...
Segurar as suas mãos mesmo quando a tremedeira nos demonstrar que já não estão tão firmes...
Quando as suas mãos tremem ao pentear os cabelos e o nó do laço não ser firme...
Quando não conseguirem mais se equilibrar ou caminhar direito...

É estamos crescendo e eles envelhecendo...
Mas basta a nossa paciência, a nossa eloqüência, nossa generosidade, nossa retribuição, nosso afeto...

Para que o coração deles fique aquecido, basta o nosso amor, nossa mão firme ao seu lado, da mesma forma que um dia nos seguraram quando criança.

Fiquemos perto deles, assim como estiveram perto de nós em nossas vidas, torcendo, vibrando e sofrendo...

domingo, 3 de abril de 2011

Big Brother Brasil. LEIAM



Quem sabe possamos tirar algum proveito desta literatura de cordel?
Helio

> Curtir o Pedro Bial
> E sentir tanta alegria
> É sinal de que você
> O mau-gosto aprecia
> Dá valor ao que é banal
> É preguiçoso mental
> E adora baixaria.
>
> Há muito tempo não vejo
> Um programa tão fuleiro
> Produzido pela Globo
> Visando Ibope e dinheiro
> Que além de alienar
> Vai por certo atrofiar
> A mente do brasileiro.
>
> Me refiro ao brasileiro
> Que está em formação
> E precisa evoluir
> Através da Educação
> Mas se torna um refém
> Iletrado, zé-ninguém
> Um escravo da ilusão.
>
> Em frente à televisão
> Lá está toda a família
> Longe da realidade
> Onde a bobagem fervilha
> Não sabendo essa gente
> Desprovida e inocente
> Desta enorme armadilha.
>
> Cuidado, Pedro Bial
> Chega de esculhambação
> Respeite o trabalhador
> Dessa sofrida Nação
> Deixe de chamar de heróis
> Essas girls e esses boys
> Que têm cara de bundão.
>
> O seu pai e a sua mãe,
> Querido Pedro Bial,
> São verdadeiros heróis
> E merecem nosso aval
> Pois tiveram que lutar
> Pra manter e te educar
> Com esforço especial.
>
> Muitos já se sentem mal
> Com seu discurso vazio.
> Pessoas inteligentes
> Se enchem de calafrio
> Porque quando você fala
> A sua palavra é bala
> A ferir o nosso brio.
>
> Um país como Brasil
> Carente de educação
> Precisa de gente grande
> Para dar boa lição
> Mas você na rede Globo
> Faz esse papel de bobo
> Enganando a Nação.
>
> Respeite, Pedro Bienal
> Nosso povo brasileiro
> Que acorda de madrugada
> E trabalha o dia inteiro
> Dar muito duro, anda rouco
> Paga impostos, ganha pouco:
> Povo HERÓI, povo guerreiro.
>
> Enquanto a sociedade
> Neste momento atual
> Se preocupa com a crise
> Econômica e social
> Você precisa entender
> Que queremos aprender
> Algo sério - não banal.
>
> Esse programa da Globo
> Vem nos mostrar sem engano
> Que tudo que ali ocorre
> Parece um zoológico humano
> Onde impera a esperteza
> A malandragem, a baixeza:
> Um cenário sub-humano.
>
> A moral e a inteligência
> Não são mais valorizadas.
> Os heróis protagonizam
> Um mundo de palhaçadas
> Sem critério e sem ética
> Em que vaidade e estética
> São muito mais que louvadas.
>
> Não se vê força poética
> Nem projeto educativo.
> Um mar de vulgaridade
> Já tornou-se imperativo.
> O que se vê realmente
> É um programa deprimente
> Sem nenhum objetivo.
>
> Talvez haja objetivo
> professor, Pedro Bial
> O que vocês tão querendo
> É injetar o banal
> Deseducando o Brasil
> Nesse Big Brother vil
> De lavagem cerebral.
>
> Isso é um desserviço
> Mal exemplo à juventude
> Que precisa de esperança
> Educação e atitude
> Porém a mediocridade
> Unida à banalidade
> Faz com que ninguém estude.
>
> É grande o constrangimento
> De pessoas confinadas
> Num espaço luxuoso
> Curtindo todas baladas:
> Corpos belos na piscina
> A gastar adrenalina:
> Nesse mar de palhaçadas.
>
> Se a intenção da Globo
> É de nos emburrecer
> Deixando o povo demente
> Refém do seu poder:
> Pois saiba que a exceção
> (Amantes da educação)
> Vai contestar a valer.
>
> A você, Pedro Bial
> Um mercador da ilusão
> Junto a poderosa Globo
> Que conduz nossa Nação
> Eu lhe peço esse favor:
> Reflita no seu labor
> E escute seu coração.
>
> E vocês caros irmãos
> Que estão nessa cegueira
> Não façam mais ligações
> Apoiando essa besteira.
> Não deem sua grana à Globo
> Isso é papel de bobo:
> Fujam dessa baboseira.
>
> E quando chegar ao fim
> Desse Big Brother vil
> Que em nada contribui
> Para o povo varonil
> Ninguém vai sentir saudade:
> Quem lucra é a sociedade
> Do nosso querido Brasil.
>
> E saiba, caro leitor
> Que nós somos os culpados
> Porque sai do nosso bolso
> Esses milhões desejados
> Que são ligações diárias
> Bastante desnecessárias
> Pra esses desocupados.
>
> A loja do BBB
> Vendendo só porcaria
> Enganando muita gente
> Que logo se contagia
> Com tanta futilidade
> Um mar de vulgaridade
> Que nunca terá valia.
>
> Chega de vulgaridade
> E apelo sexual.
> Não somos só futebol,
> baixaria e carnaval.
> Queremos Educação
> E também evolução
> No mundo espiritual.
>
> Cadê a cidadania
> Dos nossos educadores
> Dos alunos, dos políticos
> Poetas, trabalhadores?
> Seremos sempre enganados
> e vamos ficar calados
> diante de enganadores?
>
> Barreto termina assim
> Alertando ao Bial:
> Reveja logo esse equívoco
> Reaja à força do mal.
> Eleve o seu coração
> Tomando uma decisão
> Ou então: siga, animal.
>
> FIM
>
> Autor: Prof. de Língua Portuguesa e Literatura, Antonio Barreto,
> Cordelista natural de Santa Bárbara-BA, residente em Salvador.
> Salvador, 20 de fevereiro de 2011

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