Um dia na fila do caixa, estavam duas crianças.
Quem os observava percebiam que aquelas crianças eram realmente necessitadas, pois suas roupinhas não passavam de farrapos, nem ao menos tinham calçados para por naqueles pequeninos pés, que há muito o tempo já o judiaram.
Suas mãozinhas eram mãos já calejadas, mãos que não pertenciam ao corpinho frágil de uma criança.
Suas vozes eram pequenos sussurros, talvez a muito já oprimidos.
O que eles queriam na fila do caixa?
A menina segurava em suas mãozinhas, um pequeno anel dourado, segurava com tanto carinho que parecia que se ela fizesse um pequeno movimento ele ia se dissolver...
O irmão jogava por cima do balcão algumas moedas, e tateava dentre os bolsos da roupa algo mais, mais ainda faltava muito para que a compra daquele anel pudesse ser efetuada.
Ele então desiste, pega o anel das mãos da irmã, não sem o mesmo cuidado e devolve para o caixa. A menina tenta mais não consegue esconder as lagrimas que correm teimosas sobre o seu rosto.
Um homem que observava toda a cena, até agora imóvel, absorto em suas conjecturas, resolve interromper dando o dinheiro para o caixa, descobriu que o anel não tinha muito valor, mas que para aquelas crianças eram uma fortuna, o entrega novamente para as crianças.
A menina abriu um enorme sorriso, e o abraçou, o homem sentiu que eles nunca tinha recebido um abraço tão verdadeiro e afetuoso.
O homem então soube o porquê daquele anel ser tão importante.
A mãe das crianças estava em casa muito doente, e eles sabiam que logo, logo, ela iria para o céu.
Um dia eles ouviram falar que no céu era tudo brilhante feito ouro, e brilhava muito como aquele anel dourado.
A menina disse, para o estranho, entre sorrisos e lagrimas, que com aquele anel, a sua mãe também iria brilhar muito no céu...
O homem vendo o irmão por as mãos nos ombrinhos da menina e a guiar até em casa, como se fosse um anjo a protegê-la, e eles não desgrudavam os olhos do pequeno anel, e por vezes e muitas vezes olhavam para traz e abriam um enorme sorriso, num eterno agradecimento...
Os olhos do estranho se inundaram de lagrimas... E ele se perguntou: A que mesmo as pessoas dão valor?
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