domingo, 26 de dezembro de 2010

CRIANÇAS DESAPARECIDAS

Como terá sido o Natal de nossos filhos?
Teve presentes, pinheirinho?
Sapatinho na janela?
Papai Noel os encontrou?
Diga-nos então onde eles estão?
Teve beijos amorosos?
Mesmo que não tenham sido os nossos?
Teve lágrimas, fome, saudade?
Desesperança, medo, descrença?
Ou teve fé, amor, esperança?
E a dor desesperadora da ausência?
Foi preenchida com a lembrança de nosso amor?
Para nós a noite foi como tem sido os nossos dias
Um vazio interminável das suas presenças





MENSAGEM COPIADA DO BLOG: http://blogdasmaesdobrasil.blogspot.com/

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Meu avô

(Meu avô – adaptação do poema de Manoel Barros)


Meu avô dá grandeza aquela lugar!
É com ele, que os ventos vem, sussurrar acalentar e conversar;
Senta-se o velho numa cadeira, e os dedos a tamborilar;
As moscas e pombas vindo a tagarelar;

Já chegaste o entardecer!
E a noite vem com ele se valer!
Entra o velho,
Entra o gato, e com ele pedaços de um viver!

Meu avô então, põe os pensamentos em ordem,
Os mesmos que antes dançavam entre os galhos das árvores,
Numa total desordem,


Tenho certeza de que meu avô,
Enriquece a palavra abandono,
Amplia a visão daquele lugar,
E com acalento, faz a tristeza estraçalhar!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

...

“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.” (Albert Einstein)

Alçando novos degraus!

domingo, 27 de junho de 2010

Todas as vidas

Inspirado em “todas as vidas” de Cora Coralina

Vive dentro de mim
A menina parada no portão com óculos amarelo
de “fundo de garrafa” e balas de caramelo;

Com o sorriso torto e desfigurado
atrás de um porta retrato;

A quase cozinheira
que longe passa da espumadeira;

A que come pinhão
Ao lado do fogão com a lenha na mão;

A abusada e boa linguaruda
A que faz balburdia

Com enxerto de terra à mulher roceira,
Trabalhadeira mas nunca madrugadeira;

Analfabeta com lascas nas mãos,
Mas que sabe exigir uma parte do coração.

A criança que rabisca o caderno com lápis pequeno
Mas que usa as letras como um desenho;

Vive dentro de mim
Uma menina sorrateira,
Que anda pela casa, com pés descalços e toda faceira...

domingo, 20 de junho de 2010

...

Conta um moço, que uma criança anda pela rua, a procurar um avô.
Com seus dedos pequenos e as mãos não tão hábeis, coloca cartazes em cada poste e em cada árvore. Os cartazes só podem ser lidos por gente pequena, devido à estatura do anunciante. O cartaz dizia em letras coloridas e bem grandes:
“Procura-se um AVÔ, com urgência”.
O moço já vira, anúncios de todos os tipos e se espantou com esse.
-Menino! Disse ele. Posso ser o seu avô!
O menino o olhou com cara de espanto. Mas balançou a cabeça tristemente dizendo que não. Então o menino deu uma fungada no nariz e voltou a colar os cartazes.
-Menino, porque não? Perguntou o moço, ressabido e curioso com aquela criança.
- Moço, _senta-se o menino no meio fio, já cansando de tanto andar, e olha com olhos brilhantes para o rosto do jovem_ Você não pode ser meu avô...

“Meu avô tem que ter os olhos brilhantes, de quem tem muito a ensinar, têm que ter historias de heróis, mocinhos e mocinhas mesmo que não seja ele o personagem principal...
Mesmo que ele tenha as mãos trêmulas, ele pode segurar-me no colo.
Mesmo que tenha as pernas bambas, pode me ensinar a andar.
A voz pode ser num sussurro, mas pode soltar gargalhada.
Pode soltar migalhas ao comer sob a mesa, mas não importa moço...
Eu queria mesmo um Avô, já tenho um pai, uma mãe, uma irmã, computador, lápis colorido, carrinhos, peças de montar..., mas eu não tenho um Avô, eu queria passar a mão sob o seu rosto, e sentir cócegas na palma sentindo a sua pele flácida e enrugada pelo tempo...
Ver e ouvir o som de um sorriso cansado, mas com energia suficiente para me aplaudir quando marcar o meu primeiro gol...”

O menino levantou-se do chão, dizendo ter muito ainda aonde procurar, deixando o moço paralisado com os olhos marejados de água.
Ele então num ímpeto de esperança, se atirou na direção do menino pegou em sua mão e passou a colar os cartazes, agora na altura de gente grande.

“Procura-se um AVÔ, com urgência”

Ao ouvir alguém me dizer: “Menina, você tem muita sorte em ainda ter os seus avôs presentes!”

Parei e refleti e agradeci silenciosamente: “Obrigado, Deus, por eles ainda estarem presentes!”



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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Desabafo...

Não sei se choro ou respiro, são difíceis os dois... A espera de um novo amanhecer, os passos nos corredores intermináveis, a vestimenta branca, os bips, bips das máquinas que teimam em segurar vidas que já estão se esvaindo, a voz grave do médico, claro e objetivo... As lágrimas nos olhos da minha mãe são as que mais me doem, ela que deveria que podia, e que é a minha fortaleza, também se ajoelha e se desespera, é triste ver que também ali as estruturas se abalaram...
Tenho fé, acredito em Deus, tenho esperança, mas odeio o sofrimento, não é justo meu avô dizendo que a vontade é de se atirar ao chão, pelo simples fato de não poder fazer algo imprescindível e natural, que é respirar.
Quero você em casa VÔ, por favor, continue sendo forte...
Hoje as notícias foram boas... o sorriso voltou a face...

domingo, 23 de maio de 2010

Agora espero

Agora espero a minha mãe, que dobra os seus joelhos e reza, numa oração silenciosa, que avança a calada da noite e o breu da madrugada.
Com as mãos entrelaçadas uma a outras não sabe e nem pode imaginar o bem que faz. A cada conta do terço, um suspiro exala, e do odor das suas narinas um bem faz. Talvez se todas as mães do mundo, pedisse ao minuto do dia, uma pausa para que seus joelhos dobrem e seus suspiros cheguem até Deus, assim seus filhos usariam de um segundo, para lembrarem-se da mãe, que ao acalento da oração pede. Quem sabe o tempo perdido de mãe para filho, se torne a nossa única opção diante de tanta desolação....

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