domingo, 20 de junho de 2010

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Conta um moço, que uma criança anda pela rua, a procurar um avô.
Com seus dedos pequenos e as mãos não tão hábeis, coloca cartazes em cada poste e em cada árvore. Os cartazes só podem ser lidos por gente pequena, devido à estatura do anunciante. O cartaz dizia em letras coloridas e bem grandes:
“Procura-se um AVÔ, com urgência”.
O moço já vira, anúncios de todos os tipos e se espantou com esse.
-Menino! Disse ele. Posso ser o seu avô!
O menino o olhou com cara de espanto. Mas balançou a cabeça tristemente dizendo que não. Então o menino deu uma fungada no nariz e voltou a colar os cartazes.
-Menino, porque não? Perguntou o moço, ressabido e curioso com aquela criança.
- Moço, _senta-se o menino no meio fio, já cansando de tanto andar, e olha com olhos brilhantes para o rosto do jovem_ Você não pode ser meu avô...

“Meu avô tem que ter os olhos brilhantes, de quem tem muito a ensinar, têm que ter historias de heróis, mocinhos e mocinhas mesmo que não seja ele o personagem principal...
Mesmo que ele tenha as mãos trêmulas, ele pode segurar-me no colo.
Mesmo que tenha as pernas bambas, pode me ensinar a andar.
A voz pode ser num sussurro, mas pode soltar gargalhada.
Pode soltar migalhas ao comer sob a mesa, mas não importa moço...
Eu queria mesmo um Avô, já tenho um pai, uma mãe, uma irmã, computador, lápis colorido, carrinhos, peças de montar..., mas eu não tenho um Avô, eu queria passar a mão sob o seu rosto, e sentir cócegas na palma sentindo a sua pele flácida e enrugada pelo tempo...
Ver e ouvir o som de um sorriso cansado, mas com energia suficiente para me aplaudir quando marcar o meu primeiro gol...”

O menino levantou-se do chão, dizendo ter muito ainda aonde procurar, deixando o moço paralisado com os olhos marejados de água.
Ele então num ímpeto de esperança, se atirou na direção do menino pegou em sua mão e passou a colar os cartazes, agora na altura de gente grande.

“Procura-se um AVÔ, com urgência”

Ao ouvir alguém me dizer: “Menina, você tem muita sorte em ainda ter os seus avôs presentes!”

Parei e refleti e agradeci silenciosamente: “Obrigado, Deus, por eles ainda estarem presentes!”



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